Nasceu em Ouro Fino a 15 de abril de 1875. Filho de Martiniano de Paula Brandão e de D. Adelaide Augusta de Paiva Brandão. Iniciou seus estudos em Ouro Fino, revelando logo grande inteligência. Aos 15 anos foi levado para Londres com seu tio oficial da Marinha. Lá, estudou na Sunny Hill School. Voltou para o Brasil, fez os preparatórios em São Paulo. Diplomou-se em Farmácia pela Escola de Ouro Preto, em 1845. Não teve sorte na carreira. Foi para São Paulo e ingressou no jornalismo.
Em 1903 publicou seu primeiro livro de versos: Lápides. Na Gazeta de Ouro Fino publicou um romance, A Corja, e Monólogos de Louco, contos.
Poeta, romancista e escritor didático, foi um ouro-finense que encheu de glória sua terra natal. João Lúcio, homem de personalidade fascinante, membro da Academia Mineira de Letras, da qual foi presidente. Ocupou a cadeira número 24 e teve como patronesse Bárbara Heliodora.
Em 1911 foi nomeado diretor de contabilidade da prefeitura de Belo Horizonte, onde passou a ser elemento de grande valor no desempenhode suas funções administrativas.
Morando em Belo Horizonte, surgiram novas amizades, podendo, assim, entrosar na imprensa local. Logo surge o romance Pontes e Cia., de costumes mineiros, livro com o qual concorreu ao prêmio Academia Brasileira. Logo depois, escreveu Bom Viver.
O nome do ilustre escritor não pertencia somente ao nosso Estado. Seus livros tornaram-no conhecido em todo o país, porque se dedicou especialmente ao gênero infantil, como: O livro de Elza, em seguida Os Bonecos de Violeta, O Livro de Violeta, O Livro de Ildeu e O Livro de Zezé. Escreveu, ainda, As Minhas Férias e O Bom Semeador, para as escolas rurais e agrícolas.
Em 1927 diplomou-se em Direito, concluindo o curso que havia iniciado em São Paulo. Escreveu, ainda, A Flor de uma Raça, livro de ficção.
Em 1939 concorreu a um concurso feito pelo Ministério da Agricultura com três obras, e foi distinguido com o primeiro prêmio com o livro Pá, Pé e o Papão, e com duas menções honrosas em outros dois: Na Fazenda e Promissão. Deixou alguns livros inéditos.
Sendo poeta, falou através de seus versos, mostrando a todos a beleza da natureza, do amor, da amizade e a saudade de sua terra natal. Magnólia é o poema no qual João Lúcio pôs toda a sua alma em versos cheios de vida e sentimento, a doce história dessa árvore que, até hoje, enfeita a frente da tradicional Escola Estadual Coronel Paiva.
Foi casado com Luiza Miranda Fonseca e tiveram sete filhos, entre eles dois que se tornaram escritores: Ildeu Brandão e Mário Lúcio Brandão. Faleceu em 10 de abril de 1948.
Sua cadeira teve como primeira ocupante a acadêmica Dulce de Almeida Louro e, atualmente, é ocupada pelo acadêmico José Eduardo Junqueira Gonçalves.