Antônio Fonseca Pimentel nasceu em Ouro Fino/MG no dia 03 de julho de 1916, filho do advogado Antônio Pimentel Júnior e de Maria Ignácia Fonseca Pimentel, falecendo em Brasília no dia 4 de dezembro de 2000. Cumpre esclarecer que seu pai, um culto advogado paulista, exerceu funções relevantes em Minas Gerais nas primeiras décadas do início do século passado, tais como Secretário do Tesouro e prefeito das cidades de Lambari e Caxambú.
Durante a infância e adolescência a excelente biblioteca de seu pai seria a fonte onde Pimentel iria beber os conhecimentos e as influências que marcariam sua existência. Inteligentíssimo e esforçado, lia tudo que lhe chegava às mãos, inclusive em outros idiomas, fator importantíssimo para sua trajetória futura, pois estudando com afinco tornar-se-ia poliglota a ponto de escrever, ler e falar corretamente em inglês, francês, espanhol, alemão e italiano.
Seu sonho de adolescente era ser médico, mas a necessidade de trabalhar e ajudar no sustento da casa, eis que seu pai já velho e doente tornou-se dependente dos filhos, fez com que o jovem Pimentel fizesse dos concursos para o serviço público o fator que o levaria aos mais elevados cargos no âmbito da administração pública federal. De simples escriturário, sempre através de concursos em que seria sempre aprovado nos primeiros lugares, ocuparia os cargos de oficial administrativo e técnico de administração, na época o cargo da esfera federal mais relevante da administração pública.
Iniciaria também uma intensa atividade como escritor de livros técnicos no campo da administração pública, ao mesmo tempo em que fazia carreira no serviço público, exercendo ainda os cargos de Diretor de Pessoal do Ministério da Agricultura, de Diretor-geral do Ministério de Viação e Obras Públicas, encerrando sua carreira na administração federal como Diretor-geral do DASP, cargo que hoje corresponde ao de dois ministros, do Planejamento e o da Administração. Foi ainda sub-chefe da Casa Civil da Presidência da República no Governo Médici.
Em razão de sua projeção no campo da administração pública, recebeu vários convites para trabalhar no exterior, sendo que por dois anos foi Diretor da Escola de Administração Pública de Costa Rica, instituição mantida pela ONU. Exerceu ainda relevante função na FAO, órgão também integrante da ONU e sediada em Roma e, por essa razão, durante três anos residiu na capital italiana. Vale acrescentar que em razão do reconhecimento de sua capacidade intelectual, principalmente no campo da administração pública, por mais de vinte anos foi membro da Comissão Internacional de Administração Pública da Organização das Nações Unidas.
Ensaísta, começou a escrever em 1942 na revista Dom Casmurro, deixando um grande acervo de ensaios, artigos de crítica literária, obras técnicas sobre administração pública e literatura. Suas principais obras no campo literário foram: O teatro de Nelson Rodrigues (1951), Machado de Assis e outros ensaios (1962), A paz e o pão – Desafio às Nações Unidas (1971), Memorial dos Setenta (1989), Padre Germano, uma visão do Apocalipse (1999).
No campo da administração publicou várias obras, tais como Introdução à Administração Internacional de Recursos Humanos (1975), Democratic World Government and the United Nations (1980), Teoria del Estado y Administración Pública (1964).
Casou-se com Irma de Melo Pimentel, com quem teve seis filhos.
Sua cadeira teve como primeiro ocupante o acadêmico José Antônio Negri Baganha e, atualmente, é ocupada pelo acadêmico Roberto Mendonça Maranho.