Médico, cientista, personalidade de nome mundialmente conhecido, citado em livros, conferências, revista científicas e em congressos no país e no exterior; nasceu a 18 de novembro de 1918, em Ouro Fino. Filho do Sr. Antônio Burza e da Prof.ª Luiza Zaneti Burza, fez o curso primário no Curso Anexo à Escola Normal Oficial de Ouro Fino e o curso secundário no Colégio Brasil, também em Ouro Fino. Formou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde, como aluno, brilhou pela sua inteligência, talento e dotes morais, revelando-se um grande líder. Ainda estudante de Medicina, foi eleito e reeleito presidente do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz, o mais alto cargo do governo estudantil. Também foi eleito e reeleito orador do mesmo Centro, órgão representativo dos alunos.
Foi Professor Emérito de Fisiologia e Neuro-Psiquiatria na Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo); médico-chefe psiquiatra da Penitenciária do Estado de São Paulo; médico-chefe da Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas (SP); fundador da Sociedade Pavlov de Fisiologia e Medicina e seu Secretário Geral; Diretor da Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté (SP); Diretor do Departamento de Biotipologia Criminal da Penitenciária do Estado de São Paulo; Diretor do Departamento de Psiquiatria Infantil e Higiene Mental de São Paulo; um dos fundadores do Hospital das Clínicas (SP); fundador da Sociedade Brasileira de Acupuntura e Medicina Oriental; fundador da União Cultural Brasil-União Soviética, intercâmbio médico e científico entre os dois países; médico-chefe do Hospital do Juqueri (SP).
Formado recentemente, sua vida profissional foi intensa na Santa Casa de Misericórdia e no Pronto-Socorro de São Paulo, tendo ocupado os mais altos cargos e posições dentro da sua profissão no Estado de São Paulo, ressaltando-se o seu profundo e alto espírito humanitário, sua luta pelos problemas da Medicina Social e pela questão da saúde pública brasileira.
Estagiou no famoso Instituto Pavlov, de Leningrado, na União Soviética, onde teve a oportunidade de frequentar mais de 25 institutos de psiquiatria mundial e de realizar viagens de estudos médicos e científicos à China, à Índia, Suécia, Egito, Argélia, Itália, França, Inglaterra e outros, realizando diversos trabalhos no campo da ciência e da cultura.
Viveu por longos anos na União Soviética, onde realizou pesquisas científicas, trabalhando como médico na Cátedra de Fisiologia da Primeira Faculdade de Medicina de Moscou, uma das primeiras do mundo. Foi assistente do notável cientista mundial Anokin, seu mestre, que dizia: “Burza, o maior cérebro e o maior psiquiatra do mundo”. Recebeu diversas medalhas e menções honrosas. Dr. João Beline Burza, do Instituto P. K. Anokin, da Fisiologia Experimental da Academia de Ciências Médicas da U.R.S.S., primeiro centro de pesquisa para a Teoria do Sistema Funcional. Escreveu teses de doutorado e mestrado.
Com mais de mil publicações de trabalhos, nas melhores revistas médicas do país e do exterior. Escreveu o célebre livro A Ciência dos Sonhos. Escreveu a obra que o imortalizou como cientista, lançada na Bienal de São Paulo, em 1986: Cérebro, Neurônio, Sinapse – Teoria do Sistema Funcional.
Recebeu da Prefeitura de Ouro Fino o Laurel “O Bateador”, pela sua contribuição humana, cultural e científica em prol da humanidade. Palavras do Dr. Duílio Crispim, orador oficial na magna cerimônia, na ocasião da entrega do Bateador: “Nunca na Escola ninguém subiu tão alto no conceito geral dos estudantes. Bravo, intrépido, uma só vontade, um só caráter; creio que ninguém o exceda na altivez, na postura, na dignidade que sempre teve quando da luta pela defesa dos interesses dos estudantes e dos próprios médicos. Foi o símbolo da intransigência e do denodo, sem artifícios e sem jactâncias, pela defesa da classe e daquilo que julgava certo e legal. Personalidade marcante, escriba, homem de letras, arroubado orador, músico e poeta, pois não fostes, poeta, legítimo vate, bardo dos desencantos da tragédia da condição humana”.
O instituto do Cérebro foi o projeto, iniciativa, ideia, sonho do cientista, neurologista João Beline Burza, que acalentou desde o tempo de estudante. Um “Incor para o cérebro”. Um instituto que seria o primeiro módulo da Cidade do Homem, futuro complexo médico visando dar atendimento médico global ao doente, projeto entregue pelo Deputado Dr. Israel Dias Novas, seu amigo, e sancionado pelo Governador do Estado de São Paulo, em 1966.
Dedicou-se ao estudo da música, tocando violino, saxofone e violão. Na Universidade, dirigiu a Orquestra Universitária. Suas poesias eram cheias de súplica a Deus pelo povo, pela terra, pela pátria, pelo amor. Fez composições para violino, saxofone e piano. Sua composição preferida era a valsa que dedicou a sua extremosa e querida mãe, com o nome doce e de ternura: Luiza. Faleceu no dia 21 de janeiro de 1989, na sua terra natal.
Sua cadeira teve como primeira ocupante a acadêmica Julieta Burza e, atualmente, é ocupada pelo acadêmico Leonardo Piovesan Mendonça.